Eventos Artísticos e Culturais - A Golondrina

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O texto de “A Golondrina” (espanhol para “A Andorinha”) foi escrito por Guillem Clua e traduzido por Tania Bondezan, que divide belissimamente o palco com Luciano Andrey. A montagem tem direção de Gabriel Fontes Paiva. A peça foi recentemente aclamada na Espanha e em Londres. A andorinha do título está relacionada à música que permeia a trama.

Mas em resumo, toda a história têm como pano de fundo os ataques homofóbicos à boate gay Pulse, em Orlando, no dia 12 de junho de 2016, próximo à comemoração do Orgulho LGBT+ na cidade. Pelo menos 50 pessoas foram mortas naquela noite e 53 ficaram gravemente feridas.

Para contextualizar, esse incidente foi considerado como o mais mortal tiroteio em massa da história dos Estados Unidos até o tiroteio em Las Vegas em 1º de outubro de 2017. Foi também o mais grave contra as pessoas LGBT+ na história do país e o mais mortífero ataque contra civis estadunidenses desde 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o ataque às torres gêmeas em Nova York.

Mas A Golondrina, apesar de mostrar racionalmente o horror de uma tragédia em massa com motivações de ódio, que serve de argumento ao ativismo LGBT+, escolhe um outro caminho, um caminho talvez mais efetivo para que haja conexão entre as partes, o emocional. Amélia, personagem interpretada por Tania Bondezan, é uma professora de música que perdeu seu filho em um ataque terrorista a uma boate. Ramón é um rapaz gay que estava presente no massacre e a procura para aprender a cantar.

Começando de maneira bem leve, a história vai, aos poucos, te contagiando e prendendo até chegar aos conflitos entre as duas personagens que expõe suas feridas mais profundas relacionadas ao ataque. Até então, eu, como expectador, leria essa sinopse imaginando uma peça boa com história interessante, como mencionei anteriormente. Mas a forma como o enredo é desenvolvido é o que mais me chamou a atenção.

Somos apresentados à visão de ambos e elas começam a ser antagônicas em alguns momentos. você dá razão a Ramón e logo em seguida, à Amélia e você acaba percebendo que ninguém tem razão e todo mundo tem. A dor é relativa porque é impossível estar de fato na pele do outro. Mas, conversar, sempre ajuda e transforma.

Se você é LGBT+, vai se relacionar com a dor do Ramón e, mais importante do que isso, pode entender melhor a dor da Amélia. Se você tem, em sua vida pessoas que você ama e que gostaria que entendessem melhor a sua dor de Ramón, também leve junto com você pra assistir. Elas se identificarão com sua própria dor de Amélia mas, possivelmente, conseguirão ter mais empatia pela sua.

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